Empresário é condenado a 42 anos de prisão pela morte da ex e do namorado dela após invadir casa
22/01/2025
Justiça determinou que ele cumpra mais 6 anos de prisão por ter atirado contra os policiais que atenderam a ocorrência no dia do crime. Defesa afirma que vai recorrer da decisão. Empresário Luciano Luiz Santos, de 41 anos, foi condenado a 48 anos de prisão por homicídio e tentativa de homicídio, em Goianápolis, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Após júri popular em Goianápolis, na Região Metropolitana de Goiânia, o empresário Luciano Luiz Santos foi condenado a 42 anos de prisão pela morte da ex-namorada Gislane Silvia de Oliveira, de 40 anos, e do namorado dela, João Paulo de Deus Nascimento, de 31 anos. Ele também foi condenado a mais de seis anos por ter atirado contra os policiais que atenderam a ocorrência, totalizando a pena dele em mais de 48 anos de prisão. Gislaine e João Paulo foram mortos em fevereiro de 2024.
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A audiência do juri popular aconteceu nesta terça-feira (21) e a sentença saiu depois da meia-noite. Ao g1, a defesa do empresário, advogada Camillo Crissostomo, disse que o empresário agiu sobre violenta emoção após provocação das vítimas de postar nas redes sociais imagens de ambos. A defesa vai recorrer da sentença (confira a nota completa ao final da matéria).
O empresário foi condenado por todos os crimes pelos quais ele foi denunciado: feminicídio qualificado, homicídio qualificado, descumprimento de medida protetiva e ainda duas tentativas de homicídio contra os policiais que foram atender a ocorrência. Pelo descumprimento da medida protetiva, ele recebeu a pena de três meses de detenção.
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Gislane Silvia de Oliveira e o namorado João Paulo de Deus Nascimento Tiburcio, que foram mortos em Goianápolis, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Crime
Segundo o relato da Polícia Militar na época, o empresário pegou o carro do filho emprestado, no dia 10 de fevereiro de 2024, contando com o controle do portão da casa da mãe, Gislane, dentro do veículo. Após pegar o carro, ele usou o controle para abrir o portão e invadir a casa, onde teria matado o casal.
No dia anterior ao crime, a vítima havia mudado o status de relacionamento nas redes sociais com uma foto ao lado do novo namorado e declarando os seus sentimentos: "Tudo que pedi pra Deus. Meu amor chegou".
Segundo a polícia, ao chegarem no local, o empresário atirou contra os policiais até que as munições acabassem. Segundo o delegado responsável pelo caso Rodrigo Aranas, os policiais se esconderam atrás de um poste e não foram atingidos. Após acabarem as munições, o empresário se rendeu, jogou a arma da sacada da casa e foi preso em flagrante.
A arma utilizada pelo empresário no crime foi apreendida. O momento em que os policiais tentam arrombar a porta da casa e o suspeito aparece na sacada da casa foi registrado em vídeo (assista abaixo).
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Medida protetiva
Antes do crime acontecer, a vítima já tinha uma medida protetiva contra Luciano Luiz, após o registro de um boletim de ocorrência por ameaça e perseguição em 2022. A medida foi deferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás no mesmo ano. Em dezembro de 2023, Luciano chegou a ser preso por descumprimento.
Justiça
O crime aconteceu em fevereiro de 2024 e, no mês seguinte, o empresário virou réu. Contra a ex, ele respondeu pelos crimes de feminicídio triplamente qualificado, com os agravantes: motivo torpe, impossibilidade da vítima se defender, e violência doméstica familiar, por já terem sido casados.
Contra o namorado de Gislane, João Paulo, o empresário respondeu por homicídio duplamente qualificado, agravado também por motivo torpe e impossibilidade de defesa. Ele respondeu também por tentativa de homicídio dos dois policiais militares que atenderam a ocorrência.
Nota da defesa na íntegra
A defesa alegou que o réu agiu sobre o privilégio da violenta emoção após injusta provocação das vítimas de postar nas redes sociais imagens de ambos, na residência que morava com sua família, fotos esses que após publicação foi um gatilho para deslocar na residência, não ficou provado se a arma seria de Luciano, a defesa alegou que arma não era do acusado que teve luta corporal entre ele a vítima João Paulo, conforme laudo que consta mesa quebrada e porta quebrada, mas infelizmente mesmo com todas as provas ele fora condenado pelos crimes conforme a denúncia.
Já em relação às tentativas dos policiais, a defesa mostrou que não havia provas de disparos contra os policiais, usando os laudos técnicos da polícia técnica científica feita no local do crime. A defesa irá recorrer da sentença.
Um júri muito difícil, realizado sob comoção da cidade, plenário lotada como nunca havia visto antes. Pessoas pedindo justiça! Isso também abala os jurados. Pedimos o desaforamento para outra cidade, mas infelizmente manteve o júri na cidade, após um ano do fato. O filho comoveu as redes sociais. Esse júri foi desafiador para a defesa.
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